As atenções voltadas para as cheias dos rios que cortam o Norte e Noroeste Fluminense fizeram-me esquecer do aniversário de morte de um dos maiores intérpretes do samba, o campista Roberto Ribeiro, falecido em 8 de janeiro de 1996, aos 55 anos.
Não fui amigo de Roberto Ribeiro, mas o conheci numa mesa de bar antes da gravação de um dos sambas que ouvi nessa mesa e jamais esqueci: Estrela de Madureira. A partir de então, acompanhei sua vitoriosa trajetória, que começou ao lado de sua madrinha, Elza Soares, outra intérprete incomparável e que disse que Roberto Ribeiro tinha a voz mais aveludada que conhecera.
Em 2009, tornei-me amigo de seu filho, Alex Ribeiro, que segue os passos do pai e faz shows por todo o País, tendo se apresentado aqui em três ocasiões, sendo duas com Elza Soares que foi madrinha de seu pai e é sua madrinha. Também fiz amizade com Márcia, sua esposa e Liette, esposa de Roberto que escreveu um livro sobre a vida de Roberto, lançado no projeto de edição de livros da Fundação Oswaldo Lima, durante a Bienal do Livro em 2010.
Um pouco de Roberto:
Dermeval Miranda Maciel, mais conhecido como Roberto Ribeiro (Campos dos Goytacazes, 20 de julho de 1940 — Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1996)construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluía sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino É um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade".
Filho de Antônio Ribeiro de Miranda (um jardineiro) e Júlia Maciel Miranda, Roberto era um carioca típico, apaixonado por futebol e samba. Aos nove anos de idade, trabalhava como entregador de leite. Naquele tempo, já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos dos Goytacazes, e participava das festas do tradição "Boi Pintadinho".
Ele foi jogador de futebol profissional em Campos. Depois de passagens por equipes amadoras (Cruzeiro e Rio Branco), ele se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube. Era conhecido pelo apelido de "Pneu". Em 1965, Roberto mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em busca de um lugar em um clube grande carioca
Chegou a treinar no Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e começou a trabalhar com música, a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Sua performance chamou a atenção da compositora Liette de Souza (que viria a ser sua esposa), irmã do compositor Jorge Lucas. Ela resolveu apresentá-lo aos sambistas da Império Serrano e Roberto passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. A diretoria da Império convidou-o para ser o puxador de samba-enredo da escola no Carnaval de 1971.
Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três compactos em parceria com Elza Soares pela Odeon. Satisfeita com o sucesso dos compactos, o selo lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro". No ano seguinte, Roberto gravou um LP, "Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", junto com a Simone, lançado pela Odeon exclusivamente para o mercado externo.
Em 1975, a mesma gravadora lançou o compacto duplo "Sucessos 4 sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (de Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, foi lançado o disco "Molejo", que despontou com os sucessos "Estrela de Madureira" (de Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta amorosa" (de Monarco) e chamou a atenção da crítica. No ano seguinte, foi lançado "Arrasta Povo", LP que destacou mais dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (de Zé Luiz e Nelson Rufino) e "Acreditar" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho).
Passou a sofrer de um seriíssimo problema de vista e, a 8 de Janeiro de 1996, faleceu em virtude um atropelamento no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Perdeu um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes). Um ano antes, em 1995, a EMI-Odeon lançou a coletânea "O Talento de Roberto Ribeiro", na qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Roberto participara ainda naquele ano do disco-homenagem "Clara Nunes com Vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou (com sua voz acrescida posteriormente) um dueto com Clara Nunes, "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes).
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto duplo
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto simples
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) Compacto duplo
1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon)
1973 - Simone et Roberto Ribeiro (Odeon)
1975 - Molejo (EMI-Odeon)
1976 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
1976 - Arrasta povo (EMI-Odeon)
1977 - Poeira pura (EMI-Odeon)
1978 - Todo menino é um rei (EMI-Odeon)
1979 - Coisas da vida (Odeon)
1980 - Fala meu povo! (EMI-Odeon)
1981 - Massa, raça e emoção (EMI-Odeon)
1982 - Fantasias (EMI-Odeon)
1983 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
1984 - De Palmares ao tamborim (EMI-Odeon)
1985 - Corrente de aço (EMI-Odeon)
1987 - Sorri pra vida (EMI-Odeon)
1988 - Roberto Ribeiro (BMG)
1995 - O talento de Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
1975 - Sucessos 4 sambas (Odeon) Compacto duplo
1977 - Pai herói (trilha sonora da novela)
1980 - Brazilian popular music (Fundação Nacional de Arte)
1984 - Partido alto nota 10 (CID)
1995 - Clara Nunes com vida (EMI)
2007 - Roberto Ribeiro - Programa Ensaio (2007) DVD
(com dados da Wikipedia)
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