(Foto: Beto Barata)
O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, que prometeu enviar ajuda aos municípios atingidos pela enchente no Sudeste, está envolto em um riocheio de denúncias de favorecimento a empresas de seu Estado, Pernambuco e a seu filho, que é deputado federal, aprovando todas as emendas apresentadas por ele para liberação de verbas de seu Ministério.
Pelo menos R$ 6,7 milhões repassados pela Integração Nacional para o governo de Pernambuco aplicar em 41 cidades atingidas pela chuva foram parar na empresa de um aliado político do ministro Fernando Bezerra Coelho e do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), informa reportagem de Catia Seabra e Leandro Colon, publicada na Folha desta quinta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Segundo a reportagem, a Projetec Projetos Técnicos, do empresário João Recena (que é filiado ao PSB), recebeu para tocar as obras R$ 4,2 milhões em 2010 e o restante em 2011. Uma investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou no ano passado suspeitas de irregularidades na contratação.
Procurada, a Projetec disse que não se manifestaria sobre os valores repassados pelo governo de Pernambuco e afirmou desconhecer a auditoria do TCU. O ministério não se manifestou. Reportagem da Folha de ontem revelou que a mesma Projetec foi escolhida para firmar contrato milionário com a Codevasf, companhia vinculada ao ministério comandado por Bezerra.
O ministro deve ir ao Congresso nesta quinta-feira para prestar esclarecimentos à comissão representativa, que se reunirá durante o recesso parlamentar.
Terreno
O ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) utilizou recursos públicos para comprar um mesmo terreno duas vezes, quando era prefeito de Petrolina (PE), informa reportagem de Catia Seabra e Felipe Seligman, publicada na Folha desta segunda-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A primeira compra ocorreu no final de seu primeiro mandato, em 1996, por R$ 90 mil. Na segunda, já em 2001, durante seu segundo mandato, pagou R$ 110 mil. Nas duas vezes, o dinheiro beneficiou o mesmo empresário, José Brandão Ramos, sob a mesma justificativa: transformar a área em um aterro sanitário.
O ministro admitiu, por intermédio de sua assessoria, que o terreno foi comprado duas vezes pela Prefeitura de Petrolina (PE), mas afirmou que foi induzido a erro pela gestão do prefeito Guilherme Coelho, seu primo, que o sucedeu em 1997.
DEPOIMENTO
O ministro deve ir ao Congresso ainda hoje para prestar esclarecimentos à comissão representativa, que se reunirá durante o recesso parlamentar. Se não arranjar nenhuma justificativa válida para faltar à reunuião, o ministro vai sentir mais dor de cabeça ainda, porque sua cabeça está restes a rolar justamente pelos favorecimentos ao seu filho e a empresas "amigas" e ao seu Estado, Pernambuco, cujo governador, Eduado Campos, é seu aliado.
(Sobre matérias da Folha de São Paulo)
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