Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Em nome de Deus

Os chefes religiosos que cultuam o Deus do cristianismo e que atuam de maneira honesta, buscando seguir os famosos mandamentos morais para quem deseja uma vida virtuosa, deveriam vir a público para desautorizar o prefeito eleito de São João da Barra, o Neco. 

Isso porque ele insiste em dizer que a compra de votos, o aliciamento e cooptação de parte da oposição (candidatos e cabos eleitorais) por dinheiro que só pode ser oriundo da corrupção, além do inchaço absurdo da lista de eleitores do município (quase 31 mil eleitores para 33 mil habitantes), foram ações coordenadas ou induzidas por Deus. 

Que uma parte do povo se vende, todos nós sabemos. Lá como aqui, como acolá. Pode-se dizer que essa parte vende sua dignidade, sua honra, mas não é verdade. Quem vende o voto que deve ser depositado na urna pelo bem de sua cidade, seu estado, seu país (e não por si e/ou os seus), não tem nem sabe o que é dignidade ou honra. Mas quem compra esses eleitores também não tem dignidade nem honra. E não pode, segundo os preceitos cristãos, justificar a corrupção, o roubo, como obra de Deus.

Como o Estado brasileiro é laico, o Judiciário não julga os crimes de fé e sim, os crimes de razão. Por isso mesmo os magistrados devem condenar os eleitos (Neco e Alexandre Rosa) e a prefeita Carla Machado, presa em flagrante pelos crimes acima citados, com base na investigação e provas da Polícia Federal. Porém, os chefes religiosos deveriam manifestar seu repúdio pelo uso indevido de Deus por parte dos meliantes.    

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