Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Senado e os Royalties

A aprovação, pelo Senado, da emenda que distribui os recursos dos royalties do petróleo a todos os municípios brasileiros, prejudicando sobremaneira os municípios produtores e o Estado do Rio, é uma afronta, principalmente, aos fluminenses. Ou cariocas e fluminenses, se preferirem. Os deputados e senadores, em sua maioria, jogam por terra o que aprenderam, um dia, sobre moral, ética, justiça. O que interessa é o imediato, o agrado aos seus eleitores, aos quais aplacam uma possível rejeição com afagos e migalhas. Temos um governador fraco demais para lutar por alguma coisa. Um sujeito que revelou, em seu governo, que não tem amor ao povo do Estado do Rio. Nem respeito. Diz que é amigo de Lula e nada consegue a partir de ações federais para o Estado. Não precisamos refletir muito para saber que Brizola, Garotinho e Rosinha conseguiram muito mais para o Estado, mesmo na oposição e sofrendo as pressões políticas do poder central, do que Moreira Franco, Marcelo Alencar e Sérgio Cabral, aliados dos presidentes em seus períodos. Resta às pessoas de bem desse Estado unirem-se às verdadeiras lideranças políticas, empresariais, sindicais, comunitárias, para protestarem contra a emenda, enquanto recursos de alegação de inconstitucionalidade são oferecidos ao Supremo. O problema é que poucos são os que podem ingressar no Supremo com ações desse tipo. Mesmo assim, é o caminho certo a percorrer. Aliás, no início de 2009, Garotinho alertava para o golpe que estavam preparando contra o Estado do Rio. E dizia que os deputados (e senadores) não votarão contra seus Estados. A alternativa viável seria a Justiça. Não deu outra. Rosinha, que iniciou a campanha em defesa dos royalties ao assumir o cargo, também não tinha dúvidas: só o Judiciário para barrar a pretensão de demagogos e oportunistas. Infelizmente, o governador é um fraco. Mas estamos prontos para a luta, confiando na justeza de propósito da maioria daqueles que julgam.

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