Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Lula parafraseia Fernando e diz: O caminho é pela esquerda

Os EUA dominam grande parte do mundo e manda na ONU. A América Latina é seu quintal e Cuba, uma espinha na garganta do Tio Sam que montou uma estratégia macabra (para os latinos) para tirá-la. os controladores dos EUA sabem que, sem conseguirem matar Fidel após meio século de tentativas e, ainda, perderem o controle sobre a Venezuela, seguida de Bolívia e Equador e com o Brasil querendo mostrar as garras, a saída para manterem o poder sem atropelos é dar um passo atrás e muitos para a frente num futuro próximo.

Dessa maneira, reatam relações com Cuba e ganham simpatia para pressionarem os "governos esquerdistas" e reconquistarem a opinião pública das nações onde o discurso anti-americano vem ganhando adeptos e força. Não querem focos de rebeldia que redundem num fortalecimento da esquerda, como ocorreu pós revolução cubana e que necessitou de violência exacerbada, com investimentos imensos nas forças golpistas para a implantação de ditaduras que afastassem de uma vez por todas a "ameaça comunista". 

Deu tudo certo para eles, os irmãos do norte. Dominaram tudo e fizeram nossos "corações e mentes", impondo sua cultura para imbecuilizarnos: "o que é bom para os americanos é bom para nós". Cunhamos: "Brasil - Bravos rapazes americanos silenciosamente irão levando". E, depois, quando a Globo, patrocinada por eles para acelerar nossa imbecilização, nosso aculturamento, chegou próximo ao auge, surge a fabricada "geração coca-cola" (só fazia pressão). E, num esperneio, criaram uma lei (ou portaria), obrigando as emissoras de rádio a tocarem, pelo menos, 40% de música nacional. Reserva de mercado. Quanta ironia!

A saúde foi privatizada. A educação foi privatizada. O transporte ferroviário, torturado, morreu, assim como a esquerda  e os democratas. Após assumirem a economia e um povo quase que totalmente imbecilizado, os EUA seguem com seu plano e saem como "camaradas" ao discursarem contra as ditaduras que impuseram. Sarcasmo? Zombaria? Não. Apenas negócios, como diria qualquer mafioso ao assassinar amigos e parentes dos corleones da vida. 

Mas, e Cuba? E Guantãnamo? O jeito, para não ficarem desmoralizados, era esperar a morte de Fidel, já que todos os planos para assassiná-lo falharam. E um ex-diretor da CIA ainda lança um livro revelando as centenas de vezes que tentaram matá-lo. Tito no pé. Mas com a saída de Fidel, tudo mudaria. Não mudou. E ainda surge o ex-aliado Hugo Chávez para incomodar. E o problema da Colômbia passa a ser solucionado a partir de Cuba. Um acinte! Mas os EUA elegem um negro - que coisa, hein? - e o discurso é amenizado. Os EUA tentam reconquistar a simpatia dos deserdados.

Agora (antes tarde do que nunca), percebendo (?) os planos dos "irmãos do norte", o sindicalista Lula, agindo como líder político, conclama a juventude para fortalecer a esquerda. Quando a maioria de nós (eu não) diz que esse discurso (esquerda/direita) é retrógrado, fora de contexto, o líder Lula diz que temos que dar uma guinada para a esquerda. Claro que sua intenção é manter-se no poder, conquistado após a negociação com a direita em 2002, após perder três eleições presidenciais. Porém, já é alguma coisa nesses tempos niilistas.

Uma frase dita pelo meu amigo Fernando Machado e reproduzida por seu neto, o jornalista Wesley Machado numa postagem no botequim virtual há alguns dias vem a calhar, nesse momento: "O caminho é pela esquerda!"

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