Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Enfim, Dilma reconhece: educação é responsabilidade federal

Na política o que aparenta não é, necessariamente, a realidade, a verdade. Os discursos governistas ou oposicionistas, apenas mostram o que é conveniente no momento em que são proferidos. As ações, sim, são reais. Mesmo que, muitas vezes, estejam impregnadas do que poderíamos denominar pragmatismo, as ações revelam os desejos reais dos governantes e, também, da oposição. 

Quando a Presidente da República diz,em seu discurso de posse, que a prioridade de suas prioridades é a educação, dá até para acreditar, por ser uma necessidade premente do país que está em penúltimo lugar no mundo em investimento no setor. Vivemos um faz de conta educacional que Darcy Ribeiro já havia detectado em 1982, quando disse que os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. Esta é a realidade atual. Ainda. 

Alguns petistas religiosos (cegos, portanto) teimam em defender Lula, Dilma e o PT, dizendo que investiram muito em educação. Sabem que mentem, mas o que importa é o discurso (para eles). Educação, eu disse e repito, é de responsabilidade federal. Todavia, o apoio petista é dirigido à educação federal. Uma insignificância em termos percentuais. E as oposições criticam governos municipais como se fossem deles a responsabilidade maior da educação. Não é. Em nenhum país que se preze a educação é responsabilidade municipal.

Agora, a Dilma diz em seu discurso de posse que o lema de seu segundo mandato será “Brasil, pátria educadora”. Segundo ela, isso significa que a educação será a prioridade das prioridades de seu governo. Que seja, então. E que seus apoiadores tenham o bom senso de dizer: bem que o professor Avelino vem dizendo isso há muito tempo". 

Mas não farão isso. O PT, que nasceu de uma manobra de Golbery para eliminar as pretensões do Brizola, que se preparava para criar um PTB forte, ganhar o povo e mudar o Brasil, já nasceu arrogante, com seus intelectuais usando os operários para chegarem ao poder. Conseguiram, após renderem-se à direita. 

Quando o Brizola, já com uma redução considerável de seus liderados (a ditadura criou o PT e entregou o PTB para Ivete Vargas, forçando o líder trabalhista a criar o PDT), foi o primeiro a fazer ecoar pelo país o discurso pró educação. E suas ações mostraram que não era apenas discurso. Construiu boas escolas e "de dia inteiro". 

O que fez o PT? Fez ecoar o discurso contrário à escola em tempo integral e foi radicalmente contra servir comida (eram três refeições por dia) às crianças. Diziam os petistas que "escola não é restaurante". Defendiam, inclusive, o atendimento ao aluno em três turnos. 

Como acreditar no PT, 30 anos depois de terem ajudado a fulminar o melhor programa educacional deste país? Mas os tempos mudam. Quiçá a Presidente da República tenha a educação como meta, como deseja o senador Cristóvam Buarque. Veremos se o discurso metamorfoseará em ação. Se assim for, estou aqui para apoiar. 

Nenhum comentário: