Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 25 de julho de 2013

Copacabana reúne 1 milhão de fiéis para ver o Papa

 Gabriel Bouys/AFP
 O papa Francisco no palco da cerimônia da Acolhida, em Copacabana

Um público de cerca de 1 milhão de pessoas foi a Copacabana, no Rio de Janeiro, para acompanhar o papa Francisco na cerimônia da Acolhida, na tarde desta quinta-feira. A estimativa é da organização da Jornada Mundial da Juventude. 

O pontífice fez dois pronunciamentos, ambos dedicados à fé dos jovens e ao evento da Jornada, com referências ao Rio e ao tema "bote fé", e em contraste às contundentes afirmações proferidas pela manhã na comunidade de Varginha. 

O idioma escolhido para a cerimônia foi o espanhol, com apenas algumas sentenças em português, diferente dos outros eventos até agora no Brasil, todos na língua local.

"Quando se prepara um bom prato e vê que falta sal, você então bota o sal; falta azeite, bota o azeite... Bote fé e a vida terá um sabor novo", afirmou o papa após uma sequência de rezas em diversos idiomas e da apresentação da cantora Fafá de Belém. 

O pontífice usou o português para, de improviso, classificar de "guerreiros" os cariocas pela força de vontade para enfrentar as condições adversas do tempo durante a Jornada.
"Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva, mas vocês estão mostrando que a fé de vocês é mais forte. Parabéns! Vocês são verdadeiros guerreiros". 

O clima era de comoção, mas houve momentos tensos. Em apenas 30 minutos, a Folha viu mais de 20 pessoas sendo carregadas ao posto médico mais próximo do palco. Houve dificuldade também na dispersão. 

Falando da fé espalhada por representantes de vários continentes, o pontífice exaltou o mar e a praia cariocas e lembrou da imagem de Cristo, símbolo da cidade. "O Cristo Redentor, do alto da montanha do Corcovado, lhes acolhe na cidade maravilhosa [...] nos abraça e abençoa". 

O dia foi marcado por uma extensa agenda do papa, iniciada logo cedo pela manhã, com a recepção pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB). No Palácio da Cidade, o pontífice abençoou atletas, entre os quais Oscar Schmidt, e as bandeiras Olímpica e Paraolímpica dos Jogos de 2016. 

Nos deslocamentos com papa-móvel não faltaram cumprimentos aos fiéis e beijos a crianças --foram ao menos 18. Na comunidade de Varginha, o papa chegou a visitar a casa de um morador. Foi em Varginha, uma comunidade situada em um bolsão de pobreza e escolhido pelo próprio Francisco, que o líder religioso soltou as suas palavras mais fortes de sua visita ao Brasil. 

Sob uma plateia distribuída em lajes de casas semi-prontas, o papa pediu aos jovens que não se desiludissem com casos de corrupção e que não perdessem a esperança. "[...]nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar". 

Na ocasião, houve também uma referência às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), com uma avaliação de que a "pacificação" não será permanente em uma sociedade que abandona na periferia parte de si mesmo. 
(Matéria da Folha de São Paulo)

A Cerimônia da Acolhida seria em Guaratiba, mas o lamaçal não permitiu a cerimônia. Falha na previsão...

Marcelo de Jesus-25.jul.13/UOL
Homem caminha por área enlameada em Guaratiba; por causa da chuva que atinge o Rio, 
os eventos da Jornada que ocorreriam em Guaratiba foram transferidos para a praia de Copacabana

Nenhum comentário: