Sessão presidida por Dr. Edson, tendo à mesa
Hélio Coelho, Cléa leopoldina e Jane Rangel
Cléa Leopoldina e
Vilmar Rangel foram os palestrantes da noite
“Há
muito o que fazer, mas isto antes de tudo”. Este é um trecho de uma
carta escrita pela princesa Isabel a seu pai, o imperador Dom Pedro II,
sobre a urgência de se dar fim ao regime escravocrata mais longo do
planeta. A Lei Áurea por ela assinada em 13 de maio de 1888, a qual
colocava fim à escravidão, completa hoje 125 anos, motivo pelo qual a
Câmara de Vereadores e a Academia Campista de Letras, em parceria,
realizaram na tarde desta segunda-feira uma sessão solene, com presença
dos parlamentares, membros da ACL, jornalistas, professores e estudantes
da rede municipal e estadual de ensino.
O
presidente do Legislativo, Edson Batista, abriu a solenidade
ressaltando a importância da sessão. “Um momento de reflexão para que a
escravidão não perpetue em nosso país, agora sob a denominação de
‘exclusão’”, disse.
Já
o presidente da casa de letras, Hélio de Freitas Coelho, ressalvou o
quão importante, historicamente, representa o 13 de maio, tanto quanto o
20 de novembro, quando se celebra o Dia da Consciência Negra, tendo
como referência a morte da resistência negra, Zumbi dos Palmares.
“Insensato
é abrir mão de uma das duas quando se pode ter as duas datas para
lembrar todo o processo histórico que culminou no fim da escravidão. A
importância de uma não desvalida a outra. Ao contrário, elas dialogam”,
afirmou Hélio Coelho.
A
convite da Câmara, palestrou a professora e historiadora Cléa
Leopoldina Almeida, membro da Coordenação Pedagógica da Secretaria
Municipal de Educação, especializada em Educação Brasileira Para
Populações Negras e mestre em Política Social pela UFF. Cléa tratou da
“Política social e inserção da população afrodescendente no mercado de
trabalho”, salientando dificuldade de se fazer cumprir efetivamente
determinadas leis que envolvem questões como racismo, igualdade racial e
de preservação e difusão da cultura afro no Brasil.
“Não
é com políticas de cotas que elevamos a capacidade intelectual da
população afrodescendente, mas sim com educação básica de qualidade que
atenda a todas as classes e raças”, analisou Cléa.
Representando
a ACL, o jornalista, relações públicas, pesquisador e acadêmico Vilmar
Rangel falou sobre a vida e a obra de José do Patrocínio, em palestra
intitulada "José do Patrocínio – protagonista libertário, proclamador da
República e herói esquecido". Jornalista campista, Patrocínio ficou
conhecido como Tigre da Abolição, por sua luta contra as injustiças da
escravidão, enfrentando a fúria dos barões donos de fazendas, cujos
negócios eram alicerçados sobre a mão de obra escrava.
“A
história deste ilustre personagem de nossa cidade confunde-se com a
própria história do país. Neste ano, quando celebramos 160 anos de seu
nascimento, é importantíssimo lembrar seu legado, para que sua história
não caia em esquecimento, como aconteceu com outros vultos deste mesmo
processo histórico, como o jornalista Carlos de Lacerda, que não possui
sequer um busto em sua homenagem”, concluiu Vilmar.
(Fotos de Thiago Freitas)
Um comentário:
Lamentável a ausência do nome de
ANTONIO ROBERTO FERNANDES
quando da menção ao conjunto (Escultura) escultórico de José do Patrocínio.
Por ter sido planejada por Jorge Renato e "autorizada" pela Câmara não os habilita a ser autores da proeza.
Amigos mais íntimos sabem da luta do poeta para levar a termo essa ideia tão antiga. E que, mesmo depois de pronta e fixada na Palácio da Cultura, travou outra batalha para que fosse paga ao artista, quando ninguém mais sequer se lembrava desse "pequeno" detalhe.
Teve gente na plateia que se retirou
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