Não leio a revista Somos Assim. Sua linguagem, constatei logo no início, quando ela foi lançada, é chula, de baixo nível e, na época, defendia um governo sabidamente corrupto. A moral do dono ou editor da revista não resiste a um vento nordeste.
Alguém hoje me telefonou dizendo que a revista publicou uma matéria contra mim e contra o prefeito em exercício, Nelson Nahim, porque declaramos que este ano a tradição de fogos de artifício na Festa do Santíssimo Salvador será mantida. Explicamos que, ano passado, fomos cobrados porque não houve fogos, embora a própria mídia tenha compreendido que os fogos foram apreendidos pelo DFAE, órgão estadual que fiscaliza a atividade poucas horas antes do momento marcado para o espetáculo.
Uma lei estadual havia sido aprovada em fevereiro daquele ano e tanto nós quanto as empresas de pirotecnia não tínhamos conhecimento dela. As grandes empresas de fogos de artifício são de outros estados - Minas, Goiás, Mato Grosso - e só as que têm sede no Estado do Rio é que estão aptas a promover espetáculos pirotécnicos em terras fluminenses. Esta é a lei sancionada pelo atual governador.
Este ano, tomamos o cuidado de exigirmos, no projeto básico e termos de referência, que as empresas concorrentes apresentassem os ítens exigidos pela legislação - Exército, Ibama, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros etc. - e um pregão foi realizado. Foi um registro de preços de espetáculos pirotécnicos de pequeno, médio e grande porte para seis meses, não incluindo o reveillon, para o qual são necessários mais cuidados e, em geral, por tradição em todo o mundo que comemora a passagem do ano, exige uma quantidade muito maior de fogos.
Tanto é assim que em Copacabana, são gastos R$ 2 milhões em fogos, mais os gastos com toda infra-estrutura, com uma fiscalização bastante rígida, que exige o uso de rebocadores de grande porte e balsas. O espetáculo é esperado com ansiedade pelos moradores do Rio e turistas, que superlotam aquela praia para assistirem o grande espetáculo.
Em Rio das Ostras, só no reveiullon foram gastos, este ano, R$ 750 mil no espetáculo. Em Cabo Frio, R$ 630 mil. Apenas numa noite, mas que compensa, pois se mantém a tradição. Os fogos não oferecem riscos, porque são artísticos e colocados sobre balsas. As pessoas contam as horas para não perderem o espetáculo, pela sua beleza plástica.
Realizamos uma licitação na modalidade registro de preços de certa maneira tímida, porque não incluímos o reveillon. E não incluímos porque teríamos que acrescentar o rebocador, que é cobrado separadamente. Como a fiscalização não mais permitirá o espetáculo em terra (na orla, a despeito de toda segurança apresentada no projeto), teremos que usar balsas. E estas necessitam de um rebocador para mantê-las estacionadas. Além de ser este o procedimento, o mar do Farol é aberto, mais agitado e faz-se necessário o rebocador. Por isso, vamos realizar um pregão específico para o reveillon.
Não sei o que publicou a revista Somos Assim, afora o trecho que li há pouco na edição virtual. Pelo que vi, a intenção da revista é apelar para a farsa, tentando fazer crer ao leitor que está fazendo uma grande denúncia mas que, em verdade, não há consistência, substância, no que diz.
O apelo é demagógico, pois anular uma tradição e a beleza do espetáculo pirotécnico em nome da economia que deveria ser feita para investir em saúde, educação e outras áreas sociais é sugerir que se anule também tudo que não é necessário à vida biológica das pessoas. A própria educação, a cultura, o entretenimento, nada disso, segundo entendi, deveria existir, para que o dinheiro investido nesses setores servisse o puramente biológico.
Deveríamos mudar a Constituição para retirar dela tudo que foi colocado como obrigação do poder público no que tange ao lazer, ao esporte, à cultura, ao entretenimento. As igrejas não deveriam promover festividades em louvor aos padroeiros. Os poderes públicos não deveriam investir naquilo que não fosse estritamente necessário e, portanto, não deveriam gastar com Olimpíadas, com Copa do Mundo.
Nós não pensamos assim. Somos contra sim, o superfaturamento que existia e que era elogiado pelas pessoas que fazem a Somos Assim. As prisões que ocorreram na operação Telhado de Vidro não foi por causa da promoção de festas e apoio a outras. A motivação foi o superfaturamento, o desvio de dinheiro que enriqueceu pessoas - segundo o Ministério Público, foi a farra de shows, foi a contratação de estrutura para os shows sem o devido processo licitatório, favorecendo empresas. Isso acabou.
Creio que, sem pegada para o sensacionalismo, a revista tenta induzir os leitores a uma avaliação errônea, apressada, sem lhes dar as informações necessárias a uma análise lógica. Sugere que vamos gasta R$ 1,2 milhão em fogos apenas na Festa do Santíssimo Salvador. Depois, diz que serão 1/2 milhão de reais. Como as pessoas não têm noção do quanto custa um espetáculo pirotécnico, são levadas a acreditar que estamos gastando demais.
Lembro aos escribas e donos da Somos Assim que estou disposto a um debate público sobre o assunto. Vamos ao embate, que não deve ser dirigido pela revista, logicamente. Apresentem algo que deponha contra minha moral e terei a oortunidade de mostrar provas, colhidas pela Polícia Federal, Ministério Pùblico Federal, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado, contra as administrações de Arnaldo e Mocaiber. Veremos quem queimava (queima) o dinheiro do povo. E que a revista publique as provas em manchete sensacionalista.
Minha moral jamais será abalada. Nem com denúncias falsas nem com insinuações de quem perdeu a boquinha e faz de tudo para reavê-la. Não quero dizer que este seja o caso da revista em questão, mas fica o recado.
3 comentários:
Quem é o senhor? Algum juiz ou promotor? Como o sr. possui tais provas contra esses ex prefeitos em suas mãos? A caso tem conchavo com a PF, MPU, muito estranho isso!
Você é mesmo o maior cara de pau de Campos, avelino, além dos fogos, tem também os shows superfaturados deste ano na Praça e os de Farol, vá te catar Avelino, não vejo a hora da justiça dar logo plenos poderes a Nahim, pra ver você e seus comparsas, longe da Fundação, que fiquem os que realmente trabalham e não fazem " puxa-saquismo" para com seus patrões...!
Ass. O Justiceiro.
Desculpa-me o intrometimento, mas, e você, anônimo, quem é?
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