Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 14 de agosto de 2010

Expectativa quanto ao retorno de Rosinha

Há uma grande expectativa quanto ao retorno de Rosinha ao comando da Prefeitura. Rosinha está tranquila e podem perceber isso os que participam de seu convívio. Sabe que a questão é política e não júrídica e, com sua inabalável fé em Deus, acredita que tudo tem um propósito. Nem que seja para revelar a falsidade de muitos, a crueldade de outros, os ilícitos praticados por alguns. Ela sabe que as perseguições que ela e seu marido sofrem são motivadas não por eles enquanto pessoas, mas como entes políticos que assumiram estar ao lado do povo, o que é inconcebível para as nossas elites.

Mas a expectativa quanto ao seu retorno está na mente de cada um de nós, de cada cidadão e cidadã de bem deste município que não consegue entender como é que se pratica impunemente uma injustiça tamanha contra todo um povo. Esse mesmo povo que, tendo votado em Rosinha ou não, viu as mudanças ocorridas em um ano e meio apenas. A primeira delas foi o fim da corrupção, tirando Campos das páginas policiais. Outras vieram em seguida, melhorando a qualidade de vida de todos. Num repente, a cassação. Nada de improbidade, nada relacionado a qualquer tipo de ilícito, nada que tenha tido a própria Justiça como acionista. Uma ação de um ex-prefeito, com uma ficha bastante suja, datada de junho de 2008, antes mesmo da campanha eleitoral. Não dá mesmo para entender a injustiça contra Rosinha.

Por isso a expectativa. Que é permanente. Incrível é que o povo acredita no Judiciário. Talvez porque não tenha outra saída. Há pessoas de bem no Judiciário, obviamente. E é nessas pessoas que o povo acredita. Os ministros do TSE não podem manter a condenação porque Rosinha é uma pessoa séria, honesta, que ganhou uma eleição sem nenhum poder apoiando-a. Mesmo seu concorrente não tendo conseguido o registro de candidato (foi mantido na campanha por uma liminar), ela venceu o primeiro e o segundo turnos. Políticos com a ficha mais suja que pau de galinheiro conseguiram liminares e mantiveram-se nos cargos até o trânsito em julgado de ações movidas pelo MP estadual e federal. Mas à Rosinha, com uma ficha limpíssima, é negada a liminar.

A expectativa faz parte da certeza que todos nós temos de que tamanha injustiça não pode perpetuar-se, sob pena de colocar em descrédito todo o judiciário eleitoral do país e não apenas o TRE do Rio de Janeiro. Não foi na semana passada. Não ocorreu esta semana. Vai ocorrer, por certo, na semana que vem. Por mim, acamparíamos próximo ao TSE e ficaríamos lá até que os ministros decidissem pelo mérito da ação, que não se sustenta juridicamente. Como Nelson Nahim é que assumiu interinamente o lugar de Rosinha, continuando o seu programa de governo, a gente espera sem radicalismos. Mas essa situação não pode continuar por muito tempo. É ruim, inclusive, para Nahim. A paciência de muitos de nós está se esgotando. E a expectativa aumenta. Melhor que aumentar a tensão.      

Nenhum comentário: