Após mais de 50 anos, Cuba e Estados Unidos voltarão a abrir suas respectivas embaixadas no dia 20 de julho, informou em nota o Ministério das Relações Exteriores cubano nesta quarta-feira (01). Mais cedo, uma carta do presidente norte-americano, Barack Obama, dirigida a seu homólogo cubano, Raúl Castro, confirmou a decisão de restabelecer as relações diplomáticas entre as nações. Ao meio-dia (horário de Brasília), o líder dos EUA irá fazer um pronunciamento sobre o tema.
"O ministro interino das Relações Exteriores, Marcelino Medina González, recebeu nas primeiras horas da manhã de hoje, na sede da Chancelaria, o chefe Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, Jeffrey DeLaurentis, que entregou uma carta [...] que confirma a decisão de restabelecer as relações diplomáticas", escreveu a pasta.
O anúncio desta quarta é o resultado de seis meses de intensas negociações sobre o tema, desde 17 de dezembro do ano passado, quando os governos de ambos os países anunciaram que decidiram restabelecer as relações em nível de embaixadas - rompidas desde 1961. É também resultado da solicitação de Obama ao Congresso de retirar a ilha da lista de "financiadores do terrorismo". Essa era uma condição fundamental para Castro permitir a reabertura das embaixadas.
Desde o pronunciamento conjunto dos dois mandatários, diversas ações de reaproximação foram sendo retomadas - desde o transporte marítimo entre as nações até a troca de prisioneiros considerados "espiões". Como forma de celebrar o acordo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, é aguardado em Cuba no final de julho para uma cerimônia de hasteamento de bandeira em frente à Seção de Interesses, que passará a ter valor de embaixada.
Antes de dezembro, foram necessários 18 meses de reuniões secretas - mediadas em grande parte pelo papa Francisco - para que os dois países normalizassem suas relações diplomáticas.
Porém, mesmo com a abertura, dois pontos principais ainda ficarão sem definição: o fim do embargo econômico à ilha, que precisa ser aprovado pelo Congresso dos EUA, e o fechamento da base naval e presídio de Guantánamo. (ANSA)
(Matéria do Jornal do Brasil)
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