O Exército usou mateiros para enfrentar os rebeldes
Fiz um texto para o botequim (Facebook) que deve estar num vazio qualquer da "rede". Jornalista do papel, do concreto, não me acostumo com a "realidade" virtual (ou seja, com o nada).
Pois bem, o texto, um tanto longo, explicando a "guerra do Contestado", está no espaço. A Câmara de Vereadores de Campos vai lançar um livro sobre o Capitão Ricardo Kirk (que morreu na guerra do Contestado) e, nele, um capítulo sobre a mais sangrenta batalha com revoltosos já ocorrida no Brasil, quando morreram cerca de mil militares e cinco mil rebeldes. Durou de 1911/1913 a 1915/1916 (dependendo do historiador) e terminou, óbvio, com a vitória do Exército que, pelo que sei, mobilizou cerca de 70% de suas tropas na última etapa (1915).
Os rebeldes combatiam os americanos, donos dos trens de ferro
e da maior madeireira da América do Sul, lá montada para cortar e exportar araucária.
E o governo defendia o patrimônio.
Tudo aconteceu porque nas terras doadas pelo Governo Federal a capitalistas americanos (15 quilômetros de cada lado da linha por uma longa extensão) moravam milhares de pessoas que, expulsas das terras, uniram-se pela fé a um ex-militar (desertor) que se autoproclamava irmão e encarnação do monge João Maria, líder religioso e respeitado pelos camponeses.
O sujeito adotou o nome José Maria e criou uma guarda pessoal de 24 "soldados" numa referência aos "12 pares de França" (que eram 12 cavaleiros que defendiam um ao outro e valiam por dois, daí, 12 pares). Também criou um exército que foi denominado Exército de São Sebastião. Conhecedores da região, eram invencíveis. Como muitos militares, incluindo coronéis, estavam morrendo, o general Setembrino chamou o então tenente Ricardo Kirk para missão de reconhecimento. Kirk e o piloto amigo, o italiano Ernesto Dariolli, fizeram o serviço.
O Exército mobilizou milhares para combater os rebeldes
Os militares uniram em torno de si a maior parte do Exército e, em alguns meses, mataram os rebeldes. O fim da "Guerra do Contestado" propiciou o crescimento econômico e a estruturação dos municípios situados nas terras disputadas, principalmente União da Vitória (Paraná) e Porto União (Santa Catarina). Em verdade, uma só cidade, dividida por uma linha imaginária que, por incrível que pareça, "passa" pelo centro da cidade.
As fotos foram preservadas e fazem parte do acervo da Secretaria de Cultura e Turismo de Porto União (SC), cedidas para o documentário sobre Kirk que a Câmara de Campos está produzindo (O capitão Ricardo Kirk era campista, filho de irlandês) e que será distribuído aos interessados, além de ser transmitido pela TV Câmara Campos.
Equipe da Câmara e da TV Câmara esteve na região e foi muito bem recebida pela Prefeitura de Porto União, Comando do Exército local (Batalhão de Engenharia), Universidades de Porto União e União da Vitória, historiadores e pelo Comando da Aviação do Exército em Taubaté (SP), onde estão os restos mortais do Capitão Kirk, Patrono da Aviação do Exército e símbolo de retidão, coragem e caráter, segundo o general Achilles Furlan Neto, comandante da Aviação do Exército.
Reverenciado na região e em Taubaté, Kirk é um desconhecido em Campos. Daí a homenagem da Câmara, resgatando a memória de Kirk para os campistas. Toda sua trajetória vai constar do documentário e do livro e um busto será erigido nos jardins do Palácio Nilo Peçanha. Acho que tá explicado...
O Exército usou a cavalaria
metralhadoras
canhões
vagões "especiais" para os feridos
e protegeram a linha férrea.
Ao final, venceu, após 6 mil mortes (5 mil rebeldes) e a rendição dos derrotados
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