A democracia representativa me parece a forma de governo menos desigual entre todas as demais praticadas. Claro que o comunismo ou o socialismo iguala mais as pessoas enquanto partícipes do Estado, enquanto divisão de riquezas e benefícios sociais. Todavia, a democracia (plena) garante a liberdade dos cidadãos, a participação no poder e a divisão dos bens gerados pela nação. Nada impede, inclusive, que uma democracia seja socialista ou comunista. Governo do povo, que seja para todo o povo.
A nossa democracia é capitalista sem distribuição equitativa da riqueza. Uma democracia sim, mas que favorece, sempre, os mais poderosos, os mais ricos e os mais espertos. Além do que, somos dominados pelas nações mais fortes, principalmente os Estados Unidos da América do Norte, que não admitem nem admitirão uma democracia plena, socialista, no que considera seu quintal: a América Latina. Internamente, não há um projeto que nos indique um caminho que possamos seguir para nos livrarmos da mesmice. João Goulart e, depois, Leonel Brizola, foram os líderes políticos que desejavam e propunham um Brasil diferente, mas foram cassados e impedidos de processar as mudanças.
Recentemente, o Partido dos Trabalhadores, com uma candidatura popular, chegou à Presidência da República com um discurso contra o nosso domínio pelos EUA, aliados aos industriais, banqueiros e capitalistas de toda ordem. Porém, mudou o tom e manteve o statu quo e as esmolas aos miseráveis a partir de programas implementados pelo antecessor, o PSDB.
Com a eleição de hoje, quando a maioria disse SIM ao statu quo, o PT, com 12 anos no poder, ficará mais quatro, com sua representante, a Dilma Rousseff, que se reelegeu com 52% dos votos. Na base, nada mudou e nada vai mudar. Somos um dos sete países mais ricos do mundo e temos milhões e milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Quadro que não vai mudar com as ações implementadas pelos detentores do poder.
Com o sistema de reeleição, raramente um governante perde. Fernando Henrique governou duas vezes, Lula duas vezes e Dilma começa agora seu segundo mandato. Se fosse Aécio Neves, seu concorrente, do PSDB, seriam oito anos. Com ela serão quatro e poderemos mudar em 2018. Tomara que, até lá, surja (se os que mandam no país cochilarem) uma liderança verdadeiramente popular que tenha coragem de mudar o statu quo.
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