Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 12 de outubro de 2014

A questão econômica decidirá a eleição presidencial

Há décadas digo que a questão principal na corrida presidencial é a economia. Se ela vai bem, candidato governista vai bem. Se ela vai mal, candidato governista vai mal. Simples assim. Aqui ou em qualquer lugar do mundo. Não adianta obras (obras não é sinônimo de votos), nem discursos administrativos. A questão é política (nos embates) e econômica. 

Quando o crescimento da economia passou a barreira dos 10%, na era Médici, o ditador era querido. Impressionante, mas verdade! Quando veio a crise do petróleo em 1973, passou a ser odiado, pois a economia foi ao fundo do poço. A oposição cresceu, pela primeira vez, em 1974. Em 1978 a ditadura impôs um candidato (Figueiredo) que anunciou a anistia e a volta da democracia, nem que fosse no cacete. 

Na década de 1980, considerada a década perdida, a ditadura não mais teve condições de se manter. Tendo assumido, Sarney adotou medidas para melhorar a economia, mas foi um desastre. Teve que cercar o Congresso com tanques de guerra para manter-se por cinco anos. Collor, o candidato fabricado pelas elites, foi um fracasso. E tudo por que? Porque a economia ia muito mal e os "empréstimos jumbo" eram constantes. 

Com o aumento considerável na produção de petróleo, Itamar Franco estabilizou a moeda. Era uma nova economia, ficando a velha apodrecida num canto qualquer, junto com as lágrimas dos que perderam fortunas. O Real deu notoriedade ao ministro Fernando Henrique, que venceu a eleição e foi reeleito. A economia voltou a crescer. Lula embarcou na mesma canoa e nem marola existia no curso do manso rio. 

Com as esmolas dadas como "distribuição de renda" (não deixa de ser, claro!), elegeu Dilma que nadou em águas turvas. A economia indo mal, os escândalos do governo não puderam ser contidos. E os anúncios de não criação de novos empregos, de inflação alta e perspectiva de crescimento zero (existe isso?) para a economia em 2015, estão causando a queda dos índices de aceitação da "Presidenta". Ela não disse a que veio, mas sustentou-se. Agora, está difícil para ela vencer o azarão do Aécio. 

Moral da história: não se trata de Fernando Henrique, Lula, PSDB ou PT. Não é a Dilma ou Aécio ou apenas o discurso político. É a economia que decidirá a eleição. Direita ou esquerda, não importa. Importa a inflação e o crescimento da economia. A "dona" Margareth, de direita, foi adorada pelos ingleses, até que a economia ruiu. Saiu amaldiçoada e cercada de escândalos. Assim foi na Alemanha, França, Itália, Grécia... e nos EUA. Assim será aqui. 
  

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