Edson Batista discursa na homenagem a Patrocínio
A quarta-feira que marcou os 127 anos da abolição da escravatura,
ocorrida em 13 de maio de 1888, foi especial para Campos. O 13 de maio de 2015
ficará na memória da cidade pela homenagem a José do Patrocínio, um dos ícones
da campanha abolicionista, prestada pela Câmara Municipal de Campos.
Patrocínio, conhecido como “Tigre da Abolição”, ganhou uma estátua em
tamanho natural no corredor cultural que o presidente da Câmara, Edson Batista,
inaugurou na oportunidade. O descerramento da estátua foi emocionante. O
público presente se colocou em volta da estátua, e aplaudiu bastante.
Edson Batista e os vereadores presentes inauguram a estátua
Dois alunos do Colégio Estadual José do Patrocínio participaram da
homenagem com uma música e um poema. Em seguida, no plenário, a professora
Heloísa Manhães proferiu uma palestra sobre a história de Campos e de
Patrocínio.
Além de Heloísa, a atriz e pedagoga Neusimar da Hora, a professora e
ex-diretora do Colégio José do Patrocínio, Rose Belmont, e o pesquisador e
escritor Mário Barreto Menezes receberam uma comenda por suas atuações contra a
discriminação racial. “Depois de 15 anos vivendo fora da minha cidade, voltar e
receber essa homenagem, me deixou muito feliz”, disse Rose, que hoje reside em
São Francisco de Itabapoana.
Em seu discurso, Edson Batista disse que a Câmara vai prestar uma
homenagem também à mãe de Patrocínio, dando o seu nome a uma das ruas da
cidade. Justina Maria do Espírito Santo era escrava e seu pai, padre João
Carlos Monteiro, que não o reconheceu. O vigário João Carlos é nome de uma rua
atrás da Catedral Diocesana
“Não vamos deixar a mãe de Patrocínio no limbo da História, iremos
também homenageá-la. O dia de hoje deve ser de reflexão para que o modelo de
sociedade excludente que vem desde a escravidão não seja reproduzido entre nós.
Uma sociedade com barões e seus casarões, de um lado, e milhares de excluídos,
de um outro”, disse o presidente.
Ele afirmou ainda que o corredor cultural terá bustos de outras
personalidades campistas, como ocapitão Ricardo João Kirk, que era campista e
patrono da Aviação do Exército Brasileiro, Saldanha da Gama, Benta Pereira,
Carlos de Lacerda, entre outros. “Temos,
sim, que preservar nossa memória porque temos uma história rica e as novas
gerações precisam saber disso”.
Representando a Loja Maçônica Dignidade e Justiça, Joanes da Silva,
parabenizou a Câmara pela homenagem, que considerou justa. “Patrocínio foi um
filho ilustre que simboliza o significado da palavra liberdade. A sociedade
ainda exclui uma parcela importante da sociedade e a maçonaria vai continuar
apoiando todas as formas de preservação dos direitos humanos”.
Já a professora Heloísa Manhães disse que a memória de Campos está
começando a ser construída. Ao relatar a história de Patrocínio, ela contou que
ele teve grandes amigos, como Olavo Bilac, mas também inimigos. “Foi um
expoente da História do Brasil”.
Valorização da escola - Neusimar, que cantou um hino em homenagem a
Patrocínio, falou da importância que o Colégio José do Patrocínio, onde
estudou, teve em sua vida. “Aprendi o hino na escola com três professoras de
música. Valorizem a escola e os professores”.
Mário Menezes ressaltou que a escravidão sempre existiu entre os
povos. “Os hebreus foram escravizados. Os palácios no Império Romano, as pirâmides
do Egito foram construídos pelo trabalho escravo. E o bicho homem sempre
procurou explorar seus semelhantes. E a escravidão é a maior mancha que o
Brasil carrega até hoje”, concluiu o pesquisador.
Vereadora Auxiliadora entrega placa da Câmara a Rose Belmont
Neusimar da Hora recebe placa da Câmara do vereador Genásio
O vereador Neném entrega placa a Mário Menezes
Alunos da EM José do Patrocínio posam junto à estátua
Dr. Edson Batista, agraciados, vereadores e convidados
posam para fotos no Plenário da Câmara
(Matéria do Site da Câmara e fotos de Check)
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