Deu na Folha de São Paulo e eu
pensei: “lá, como aqui?”
Trata-se do esfaqueamento de uma
professora, de 34 anos, por uma mãe de aluno, hoje pela manhã, em Albi,
sudoeste da França. O crime, ainda não explicado (nem os nomes divulgados)
ocorreu hoje, sexta-feira, pela manhã, na frente dos alunos. A mãe assassina
chegou, puxou uma faca e atacou a professora, que morreu.
O crime ocorreu numa escola
pública e a promotoria de Justiça está investigando o caso. O presidente
François Hollande lamentou, dizendo que foi
um episódio abominável. Mas acontece que pesquisas revelam que têm ocorrido
agressões a professores e diretores de escolas em várias partes da França.
Um dos motivos para que meus
filhos e minha esposa sugiram que eu deixe de lecionar é justamente a violência
contra professores no Brasil. Eu
resisto, mas os dados são alarmantes e, claro, preocupantes. Os adolescentes
sabem que nada demais vai acontecer com eles. Abusam da liberdade que têm nas
escolas, ameaçam quando recebem notas baixas ou quando discordam de conceitos
já arraigados em suas cabeças, principalmente no que tange à religião ou o que acreditam
ser verdades (pelas quais não aceitam questionamento).
Enfim, os motivos são vários e providências
devem ser tomadas. Numa das escolas que leciono, de manhã à noite, dois a três policiais
militares ficam de prontidão. Pelo menos intimidam. Mesmo assim, agressões
ocorrem, entre alunos e contra professores. Creio que não são extremadas
porque, com medo, os professores evitam discordar de algumas opiniões. Eu, que
nada temo, pareço ser um alvo fácil para a raiva dos adolescentes...
E, agora, constato que não é um
problema só nosso. Então, é lá como aqui. Triste.
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