Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 7 de setembro de 2010

O "velho" Paulo Freitas comenta Maria do Caritó

Paulo escreveu e eu publico. Até porque ele agora resolveu dar uma de crítico de teatro...

"Cheguei à cidade para o feriadão à noitinha e parti pro Trianon. Queria ver Lilia Cabral, a atriz mais perfeita da atualidade em ação. Era imperdível.Desde que saí do Rio me senti atraído, ao ler (online) a matéria publicada na Folha da Manhã. Que enredo! Profusão de boas idéias, deveria ser uma grande peça: fanatismo religioso, suas crendices, avareza, frustrações, o esplendor do circo nos anos 60 , ingredientes para uma boa peça. Mas não foi.

Em que pese a boa produção e ótima direção, o texto não ajudou. A profusão de boas idéias não teve a força esperada do texto, perdeu-se. Esperava mais conflitos e suas soluções, mas o que se viu foi um emaranhado de piadas e trejeitos, com Lilia Cabral fazendo das tripas coração para fazer sorrir também os mais exigentes. Maria do Caritó levou o público ao delírio pelos palavrões e gestos obscenos, que deixou o teatro lambendo os beiços e querendo mais.Decerto, encantado como eu com a qualidade irretocável da direção do espetáculo e a aplicação dos atores (devem ter se matado de tanto ensair). Ótima sonoplastia e melhor iluminação, dando ao palco a impressão de ser uma tela de cinena ou televisor.Os pontos de virada da peça foram muito bem arranjados pelo diretor, num pau só. Rápido, ligeiro e inteligente demais para um público sem exigências e que se escangalhou de rir enquanto a trama custava a se definir.

Do ponto de vista social, o fracasso é absoluto. A peça mostra o nordestino caricato, indolente, ignorante, deixando evidente o preconceito e a intenção de ridicularizar os pobres e sem educação para arrancar o riso dos egoístas. O enredo cabia em muitas regionalidades e se houvesse boa vontade, haveria de conter ao menos um nordestino provido do mínimo de dignidade e inteligência (mais um conflito nesse texto tão carente).

Em resumo: uma peça sem conflito nada tem a esclarecer e perde o interesse. Quando essas idéias estiverem nas mãos de quem saiba criar conflitos, solucioná-los e for capaz de colocar pontos de virada que não tornem o espetáculo num festival de piadas, será uma grande peça, digna do público que irá enfrentar doravante.Só não compromete o currículo de Lilia Cabral porque ela (e todo elenco, muito bom) porque ela esteve divina e salvou o show. Nem tudo está perdido. Esquecendo a pobreza do roteiro, vale a pena assistir, pelos atores, direção e produção impecáveis. São ótimos e valem a entrada."

3 comentários:

Anônimo disse...

caro amigo garruchão estou alguns meses sem acessar a internet,por questões que nao vem ao caso comentar.resolvi postar um comentario,não no que diz respeito ao seu texto,mas resolvi comentar o teatro de campos no inicio dos anos 90.me lembro,que participei de um grupo,no qual fazia parte meus queridos profesores você,Lena,e como alunos, eu,joão perdecene(in memoria)
a prefeita Rosinha e outros. a primeira peça montada pelo grupo foi os saltimbancos,era o teatro mambembe resurgindo em campos.desculpe a linguagem nao coloquial

Anônimo disse...

CONVITE!

ACADEMIA CAMPISTA DE LETRAS
DIA: 13/09/10(SEGUNGA-FEIRA);
HORÁRIO: às 19h;
LOCAL:JARDIM SÃO BENEDITO.

Palestra com o Professor JOEL FERREIRA MELLO:
O projeto poético-existencial de Mário de Andrade.

Obrigado! Professor Moisés Pereira da Silva.

Anônimo disse...

CONVITE!

ACADEMIA CAMPISTA DE LETRAS
DIA: 13/09/10(SEGUNDA-FEIRA);
HORÁRIO: às 19h;
LOCAL:JARDIM SÃO BENEDITO.

Palestra com o Professor JOEL FERREIRA MELLO:
O projeto poético-existencial de Mário de Andrade.

Obrigado! Professor Moisés Pereira da Silva.