Foto: Rodolfo Lins/Sucom
Os desafios e as potencialidades de Campos para a expansão da cadeia produtiva local marcaram a abertura do “Ciclo de Seminários Pós-Petróleo - Novos Horizontes de Desenvolvimento”, nesta quinta-feira, na Câmara de Vereadores de Campos. O evento, que foi aberto pelo presidente da Câmara, Edson Batista, e conduzido pelo superintendente de Agricultura e Pecuária, Eduardo Crespo, contou com apresentações técnicas de representantes de várias instituições. O público foi composto, em sua maioria, por pequenos produtores rurais da região, que lotaram o plenário.
As exposições de propostas e diagnósticos da realidade, bem como as experiências bem sucedidas entre pequenos produtores foram apresentados por representantes da Superintendência Municipal de Agricultura e Pecuária, Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e (UFRRJ), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que discorreram sobre as experiências exitosas na produção agropecuária. Na oportunidade, foram exibidos documentários produzidos pela TV Câmara sobre a temática da agropecuária na região.
Crespo destacou as potencialidades de Campos na agricultura e listou uma série de culturas que, se bem trabalhadas, poderão representar uma alternativa real e sustentável para suprir a queda de receita dos royalties com a geração de trabalho, renda e tributos.
“Campos conta com um potencial enorme de desenvolvimento. Estamos no caminho certo, mas precisamos e queremos avançar mais na ação política de desenvolvimento da atividade rural. Devemos enxergar os horizontes com algumas premissas utilizadas mediante os resultados que já alcançarmos para multiplicar estes resultados. O nosso PIB (Produto Interno Bruto) rural local é de R$ 280 milhões e poderemos chegar a R$ 1,2 bilhão em 15 anos.
Temos uma grande oportunidade de recuperar esse R$ 1 bilhão, com a perda de royalties, com uma alternativa real e sustentável, que são as atividades produtivas agrícolas e pecuárias permanentes de diversas culturas, como mandioca, abóbora, abacaxi, cana de açúcar, bovino de corte, bovino de leite, frango de corte e suíno”, enumerou.
Potencial - O superintendente de Agricultura enfatizou que o município possui também a maior área agropecuária do Estado. “Temos a maior área agropecuária desse Estado, com mais de 200 mil hectares de terra, além da maior riqueza em número de agricultores familiares e a maior potencial demográfico, que resulta num consumo enorme. Para tanto, precisamos do crédito rural, que é imprescindível para os produtores, além dos equipamentos e da tecnologia, para que possamos dar mais dignidade e mudar a vida de milhares de pessoas”, disse Eduardo Crespo.
A vice reitora da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Teresa Peixoto, afirmou que a universidade está pronta para dar sua contribuição. “Temos muitas riquezas e produtores capazes de fazer essa transformação, e nossa proposta é promover esse engajamento para garantir a permanência, a continuidade e a renovação da produção. Nossa saúde passa pelo bom alimento. A Uenf tem um papel importante na região que é o de contribuir para o desenvolvimento e integrar a sociedade em vários setores e estamos prontos para esta contribuição com o conhecimento e pesquisas”, disse.
Para o coordenador regional do Sebrae, Gilberto Soares, a iniciativa da Câmara foi das mais louváveis porque a crise vai perdurar por tempo imprevisível.
“Nosso papel é oferecer a visão de negócio ao pequeno produtor para que eles atentem para as oportunidades. A Câmara e a prefeitura acertam em cheio quando começam a pensar Campos para o ciclo pós-petróleo porque esta é uma crise que vai perdurar. Portanto, temos de pensar em outras alternativas para a economia local”, considerou.
Edson Batista ressaltou que o país passa por um momento difícil em meio a uma aguda crise econômica com reflexos na política que afetam o país como um todo, com sérios impactos principalmente na região cujas receitas básicas têm origem na cadeia produtiva de petróleo.
“Esta cadeia produtiva foi afetada violentamente pela queda do barril de petróleo. Por isto mesmo, este é um momento de união, para discutirmos, de maneira suprapartidária, acima de questões político-partidárias, com as instituições e a sociedade civil, as experiências exitosas que temos e apontar caminhos para garantirmos um futuro melhor para nossos filhos e netos”, alertou.
Pensando o futuro - O presidente do Legislativo destacou ainda que a Câmara mais uma vez cumpre seu papel de agregar um tripé formado pelo poder público, o setor privado e a academia para pensar este futuro.
“Superar este momento de crise e encontrar uma saída para a etapa pós-petróleo, é preciso. Por isto estamos realizando estes seminários bastante qualificados. Toda quinta-feira, teremos uma nova pauta, buscando outros especialistas e representantes de diferentes tipos de atividades, a fim de trazer as universidades, que têm pesquisas, além dos produtores rurais, para que as experiências exitosas possam ser potencializadas e dimensionadas numa visão maior”, concluiu Edson Batista.
*Fonte: Ascom Câmara Campos
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