RIO - O ator Robin Williams, de 63 anos, foi encontrado morto em sua casa nesta segunda-feira. Segundo policiais da Califórnia, o astro de filmes como "Sociedade dos poetas mortos", "Uma babá quase perfeita" e "Gênio indomável" morreu por asfixia, provavelmente decorrente de suicídio.
A polícia do Condado de Marin, na Califórnia, recebeu uma ligação de emergência da casa de Williams às 11h55m desta segunda-feira, informando que o ator foi encontrado inconsciente e sem respiração. Os paramédicos chegaram logo após o meio-dia e declararam a morte às 12h02m. Robin Williams foi visto com vida pela mulher pela última vez às 22h de domingo. A autópsia está marcada para esta terça-feira.Assessora do astro, Mara Buxbaum confirmou a notícia e afirmou que Williams estava lutando contra a depressão e recentemente foi internado em uma clínica de reabilitação para se tratar do vício em álcool e drogas. "Essa é uma trágica e repentina perda", disse ela em comunicado. "A família respeitosamente pede para que seja mantida sua privacidade neste momento muito difícil de luto".
A viúva do ator, Susan Schneider, se manifestou: "Esta manhã, eu perdi meu marido e meu melhor amigo, enquanto o mundo perdeu um de seus artistas mais amados e um dos mais bonitos seres humanos. Estou totalmente de coração partido. Em nome da família de Robin, peço que nossa privacidade seja mantida neste momento de profundo luto. Nossa esperança é que o foco não esteja na morte de Robin, mas nos incontáveis momentos de alegria e riso que ele deu a milhões". Wiliams e Susan estavam casados desde 2011.
Nascido em Chicago em 21 de julho de 1951, filho de uma ex-modelo e um executivo da indústria automobilística, Williams se formou na faculdade de Juilliard, onde foi colega de turma de Christopher Reeve. Sua carreira explodiu no fim dos anos 1970, graças ao seu trabalho como comediante de stand-up e na série "Mork & Mindy", sobre um alienígena na Terra.
A partir dos anos 1980, ele levou sua carreira a outro patamar com uma série de papéis de destaque em filmes aclamados pela crítica, caso de "Bom dia, Vietnã", "Sociedade dos poetas mortos" e "O pescador de ilusões". Todos renderam a ele indicações ao Oscar, mas foi com "Gênio indomável", de Ben Affleck e Matt Damon, que ele ganhou sua primeira - e única - estatueta da Academia.
O ator também ganhou dois Emmys e quatro Globos de Ouro, incluindo o prêmio Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua carreira, em 2005. Seu último papel de destaque foi na série de TV "The crazy ones", ao lado da atriz Sarah Michelle Gellar.
Williams também estrelou "O que fazer?", lançado este ano, ao lado de Mila Kunis e Peter Dinklage. Seu próximo projeto previsto era a terceira parte de "Uma noite no museu", previsto para ser lançado em 1º de janeiro de 2015 no Brasil.
Sua extensa filmografia inclui ainda o blockbuster "A gaiola das loucas" e a comédia "Uma babá quase perfeita". No longa "Patch Adams", Williams interpretou um homem que, após tentar se matar, se interna voluntariamente em uma clínica. Ao ajudar outros pacientes, descobre que deseja ser médico, saindo da clínica direto para a faculdade.
Os sucessos no cinema contrastavam com sua conturbada vida pessoal. Em 2006, Williams já havia passado por uma clínica de reabilitação por alcoolismo. Na época, ele estava sóbrio havia mais de 20 anos, mais precisamente desde a gestação de seu filho mais velho, nascido em 1983.
"Um dia, entrei em uma loja e vi uma pequena garrafa de Jack Daniels. E então, a voz - que eu chamo de poder inferior - disse: 'Ei, apenas uma provinha. Apenas uma'. Eu bebi, e houve um breve momento de 'Oh, eu estou bem!', mas aquilo evoluiu tão rapidamente. Em uma semana eu estava comprando tantas garrafas eu parecia um carrilhão andando pela rua. Eu percebi que tinha sido um Dia de Ação de Graças realmente ruim quando eu estava tão bêbado que tive que ser carregado para o andar de cima da casa", lembrou o ator, em entrevista de 2013.
Polêmica com o Brasil
O senso de humor politicamente incorreto de Williams rendeu polêmicas, como quando o ator disse, em dezembro de 2009, em entrevista no programa de TV do apresentador David Letterman, que o Rio de Janeiro havia sido escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016 porque o Brasil levara "50 strippers e um quilo de pó" para Copenhague, onde ocorrera a eleição.
Robin Williams deixa mulher e três filhos.
(Matéria extraída de O Globo online)
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