Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Festa de Santo Amaro na história



A maior festa
religiosa da Baixada

            A Festa de Santo Amaro, a mais antiga manifestação religiosa da Baixada, é promovida desde a construção da primeira capela, em 1733, e sempre muito concorrida, chegando a existir, no século XIX, uma Casa da Festa, construída pelo Mosteiro para abrigar os devotos. Os fiéis chegavam de todos os lugares da Baixada, em carros de boi, a cavalo e a pé. De Campos, viajavam em carros de boi até o local da festa, até que a linha férrea chegou, em 1873, a São Sebastião, distrito próximo e mais desenvolvido. 

            A partir de então os romeiros seguiam de trem até São Sebastião e, de lá até Santo Amaro, pagavam 2 mil réis por uma viagem de carro de boi, veículo comum à época e que era coberto por uma lona (lembrando os carroções da conquista do Oeste americano, poucos anos antes). Na volta, mais 2 mil réis. 

            O anúncio da existência de carros de boi a espera dos fiéis na estação de trem de São Sebastião e o respectivo preço era feito no Monitor Campista e no qual constavam os horários da maria-fumaça: “o trem da Estrada de Ferro que parte da Estação de Campos às 5 horas e 40 minutos da tarde de hoje (31-01-1874), sábado, conduzirá as pessoas que quiserem pernoitar em Mineiro em cujo lugar encontrarão cômodos ao preço de 1$000 réis”. 

            Essa alternativa para os fiéis permaneceu até 1910, quando foi inaugurada a extensão da linha férrea até o povoado de Santo Amaro. A partir de então, os devotos podiam ir e voltar no mesmo dia.. 

            Registre-se que as festas nem sempre foram realizadas no dia 15 e eram dois dias apenas. Ou 1º e 2 de janeiro ou 14 e 15 do mesmo mês. Mas há muitos anos a programação é de uma semana, com a montagem de barracas que vendem desde bebidas e salgados até calçados e roupas e, obviamente, imagens de santos e “fitas da sorte”. 

(Texto extraído do meu trabalho sobre a festa de Santo Amaro)

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