(Foto: Oguianne Sardinha)
Gustavo e Dilceia Smirdele no lançamento de meu livro
Os amigos Dilceia e Gustavo Smirdele me deram o prazer e a honra de contar com suas presenças no lançamento de meu livro no Trianon. Dois dias depois, em artigo do jornal Folha da Manhã, o doutor Gustavo escreveu um artigo que reproduzo abaixo:
A
festa de São Salvador
Foi
lançado anteontem à noite, no Trianon, o livro ‘São Salvador, 360 anos
(1652-2012): o significado do 06 de agosto, a história da praça, da Catedral
Diocesana e da Festa do Padroeiro’, de Avelino Ferreira. Ainda não pude saborear
inteiro, mas a pequena espera na fila dos autógrafos foi suficiente para a
leitura de alguns capítulos do conciso volume de 80 páginas. Num deles, uma
afirmação categórica: muitos estudiosos da nossa história estariam enganados ao
afirmarem que o general Salvador Corrêa de Sá e Benevides, mandatário da
Capitania, teria feito uma auto-homenagem ao dedicar a São Salvador a capela
reerguida em 1652 no local onde hoje está a igreja de São Francisco. Segundo o
autor, a biografia corrente de Salvador Corrêa contém outros equívocos, como
seu suposto nascimento no Rio de Janeiro, em 06 de agosto de 1594, quando teria
ocorrido em Cádis (porto de Andaluzia), em 1602.
O
livro é uma tentativa de resgate e preservação de manifestações religiosas de
Campos, segundo seus próprios textos de apresentação. Em capítulo posterior,
dedicado à memória da festa do Santíssimo Salvador, o autor relata a busca por
fontes documentais que pudessem referendar as informações de que sua primeira
edição teria ocorrido em 1652 e que, portanto, a festa completaria 360 anos
agora em 2012. Pelo menos no âmbito da pesquisa que embasou o livro, não foi
possível chegar aos registros dos primeiros festejos. Encontrou-se, isto sim,
referência a uma carta de 1749 em que o então pároco João Clemente relata as
‘péssimas’ condições da matriz e a impossibilidade de realizar nela a Festa de
São Salvador. Os pesquisadores viram nisto um indício (a rigor, o livro fala em
‘comprovação’) de que a festa já fosse realizada muito antes de 1749.
Seja
como for, todos os esforços de preservação da memória campista convergem para a
evidência de que ainda somos pouco zelosos em relação a nossa trajetória. Os
177 anos de elevação à categoria de cidade (data de referência: 28 de março de
1835) são mais enfatizados do que os 335 anos de fundação da Vila de São
Salvador dos Campos (data de referência: 29 de maio de 1677). Temos uma
densidade histórica que nos passa quase despercebida e que, de algum modo,
esvazia de significado nossa experiência presente. Temos que mudar isto.
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