Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Lula teme Garotinho



A campanha contra Rosinha é para atingir Garotinho


A matéria do jornalista Cássio Bruno em O Globo, reproduzida pelo Blog do Bastos, da Folha da Manhã, é tendenciosa e fere os preceitos éticos. Primeiro, não há clima de guerra como quer fazer crer o jornalista. Não se observa isso nas ruas. Segundo, o caso de Arnaldo Vianna é diverso do de Rosinha. Ele teve todas as suas contas reprovadas e Rosinha foi condenada em um processo que se refere ao período pré-eleitoral de 2008. Não há absolutamente nada contra ela enquanto gestora ou mesmo candidata. 

A insinuação de que ela estaria em condições de vencer no primeiro turno devido ao abuso de poder político seria hilário se não fosse escrita num jornal estadual e por um jornalista que, supostamente, está distanciado. Até os mais ferrenhos adversários da prefeita sabem que a preferência da população por seu nome é devido aos investimentos em obras e programas estruturantes e relevantes, atendendo diretamente os anseios das diversas camadas da nossa população. 

Não há quem não se lembre do caos herdado por Rosinha. Ainda há problemas pontuais, mas que são insignificantes em relação aos anos anteriores ao seu governo. A maioria do nosso povo reconhece o seu trabalho e por isso vai reelegê-la. O resto é insatisfação de despeitados, de gente que teve interesses contrariados e, claro, daqueles que não querem que Garotinho tenha uma vitória acachapante em Campos, aumentando consideravelmente seu cacife para a disputa de 2014. 

Lula, Dilma, Lindberg, José Dirceu e outros não estão interessados em Campos. Nunca estiveram. O que eles tentam evitar a qualquer custo é que Garotinho seja governador do Estado do Rio. Para isso, tentam evitar que Rosinha seja candidata e que o nosso grupo ganhe já no primeiro turno. Supõem que teriam algum discurso contra Garotinho em 2014 com Rosinha fora do páreo e com uma vitória menos folgada.  

Quando Lula enfrentou Brizola na campanha presidencial de 1989, desesperou-se porque o ex-governador do Rio Grande e do Rio de Janeiro disputaria o segundo turno com Collor de Mello. A contagem dos votos emperrou em Minas Gerais e foi naquele Estado, após 19 dias de apuração eivada de denúncias de fraudes, que Lula passou a frente de Brizola, credenciando-se ao segundo turno. 

Lembro desse fato para dizer que Lula sabe da dificuldade que teria se enfrentasse um candidato da área popular. Por isso fez o que pode para evitar que Garotinho fosse candidato a Presidência pelo PMDB. Se num Partido pequeno (PSB), praticamente sem tempo de televisão e sem estrutura nos Estados, Garotinho obteve quase 16 milhões de votos, num Partido estruturado em todo o país, seria praticamente imbatível. Agora, Lula e seus patrocinadores temem que Garotinho seja governador do Estado do Rio. Qualquer investigação mais apurada do Governo Cabral, num futuro próximo, pode causar um estrago na imagem de Lula e na imagem de Dilma e do PT. 

Sabe Lula e seus patrocinadores que há um vazio de lideranças populares fortes no país e que Garotinho desponta com todas as condições de preencher essa lacuna e realizar o sonho de Brizola: que uma liderança verdadeiramente popular, nacionalista, trabalhista, seja Presidente da República sem negociar, como fez Lula, com as "nossas" elites mais retrógradas da Nação. 

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