Coisa rara, mas acontece: o "Dia das Mães" venceu o "Dia da Abolição". Contra a maré, rendo aqui, mais uma vez, a homenagem a José do Patrocínio, o "Tigre da Abolição", campista motivo de orgulho de todos os brasileiros de bom senso.
Transpondo obstáculos intransponíveis para um negro "bastardo" - filho de um vigário com uma negra de 15 anos que lhe servia na Casa Paroquial - , o papa-goiaba tornou-se doutor, jornalista, redator, editor, dono de jornal, vereador na capital do Império, romancista e fundador da Academia Brasileira de Letras.
Como a maioria dos heróis, foi perseguido, preso e morreu na miséria aos 51 anos de idade.
Não vou aqui discorrer sobre a abolição que, embora bem-vinda, no ocaso do Império, não recebeu da República proclamada logo depois o tratamento esperado por Patrocínio. Os negros não tinham para onde ir e sequer o patronato permitiu que eles trabalhassem por salário.
O preconceito era grande e a raiva dos proprietários por terem lhes tirado grande parte do ganha-pão motivou-os a contratarem mão-de-obra estrangeira, européia. A dívida para com os negros nunca foi paga.
Mas essa não é a intenção dessa postagem. Quero apenas lembrar Patrocínio nesse 13 de maio.
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