Meu amigo, o jornalista Carlos Alberto Júnior, do grupo Roteirices no Facebook, enviou esta matéria de Imagens & História. E eu reproduzo aqui, para aqueles que desconhecem alguns fatos importantes da nossa história recente (República Velha até a Constituição de 1934).
Mortos de fome no caminho para os campos de concentração no Ceará.
Muito anteriores aos campos de concentração nazistas na Alemanha, no Nordeste brasileiro foram
criados campos, também chamados de "Os Currais Humanos" ou "Currais do
Governo", pelo Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), atual
Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), que não entraram
para os livros de história mas demonstram perfeitamente como os governos
tratavam as questões sociais no Brasil, não atendendo a necessidade dos
pobres, mas sim as exigências dos ricos e afortunados, nas secas de
1915 e 1932.
O objetivo dos
campos era evitar que os retirantes alcançassem Fortaleza, trazendo “o
caos, a miséria, a moléstia e a sujeira”, como informavam os boletins do
poder público à época. A razão para o uso desta estratégia foi os
temores de invasões e saques dos flagelados da seca em Fortaleza — isso
já acontecera na seca de 1877, quando sertanejos famintos invadiram a
capital cearense, atemorizando a população urbana.
Os sertanejos ali alojados recebiam algum cuidado e comida, em troca eram colocados a trabalhar nas frentes de obras, sempre sob a vigilância de soldados. A classe dominante urbana também temia as epidemias, e assim as pessoas pobres eram trancadas em lugares onde as epidemias encontravam o ambiente perfeito para se proliferarem, mas isso não era problema para os ricos, desde que o enfermos ficassem longe.
A “Justiça” cearense manobra de todas as formas possíveis, extinguindo as ações sem julgamento de mérito, tentando com isso fazer permanecer no esquecimento essa página negra da nossa história. Toda documentação desses genocídios e infames campos de concentração tupiniquins tem sido oculta ao longo das décadas, embora haja hoje uma ação na justiça solicitando a identificação via DNA, de todos os mortos sepultados em valas comuns e seu translado para cemitérios regulares. Pleiteia-se até hoje a indenização para os sobreviventes e seus descendentes.
Os sertanejos ali alojados recebiam algum cuidado e comida, em troca eram colocados a trabalhar nas frentes de obras, sempre sob a vigilância de soldados. A classe dominante urbana também temia as epidemias, e assim as pessoas pobres eram trancadas em lugares onde as epidemias encontravam o ambiente perfeito para se proliferarem, mas isso não era problema para os ricos, desde que o enfermos ficassem longe.
A “Justiça” cearense manobra de todas as formas possíveis, extinguindo as ações sem julgamento de mérito, tentando com isso fazer permanecer no esquecimento essa página negra da nossa história. Toda documentação desses genocídios e infames campos de concentração tupiniquins tem sido oculta ao longo das décadas, embora haja hoje uma ação na justiça solicitando a identificação via DNA, de todos os mortos sepultados em valas comuns e seu translado para cemitérios regulares. Pleiteia-se até hoje a indenização para os sobreviventes e seus descendentes.